25/01/2017

Quando é hora de parar de amamentar?


Alguns dias já se passaram desde o último dia que eu amamentei Sara. Pra minha surpresa não foi tão ruim.
Essa é a minha experiência sobre a amamentação, como eu deixei de amamentar, e como senti que era hora de parar. Não sou especialista, não sou nenhuma guru no assunto, esse é apenas O MEU relato. Mas espero que minha experiência contribua de alguma maneira pra você. 

Primeiro deixa eu dizer uma coisa: eu amo amamentar. eu amei amamentar. Me senti muito fêmea, poderosa, única com a amamentação. A ideia de você ter uma vida crescendo e depois ela se alimentando de você é tão avassaladora, a perfeição da natureza. Lembro de lágrimas caindo nos primeiros dias. Pega complicada, pouca ajuda e pouca informação. Mas depois, o depois foi incrível. Tá com fome? Mama. 
Tá com sono? Mama. 
Caiu? Mama. 
Chorou? Mama. 
O peito cura todas as coisas, todas as feridas, todas as dores. Caraca, eu era a mulher maravilha das tetas de fora, todos os problemas do mundo pra Sara curava com peito, então sim, eu relutei em dizer adeus, eu chorei por dizer adeus a esse momento tão único e tão nosso.

E aí vocês me perguntam: Se amamentar era tudo isso porque você desmamou?

Eu nunca vi uma criança de 10 anos mamando, mas a sensação que eu tinha era essa, de que ela mamaria pra sempre. E aí eu fui percebendo que ela estava crescendo, fez 2 anos. Deixou de ser bebê. É uma criança agora. Tem vontades, desejos, escolhe roupa, escolhe brinquedo, quer espaço. E eu precisava deixar ela crescer. Precisava sair do MEU comodismo do peito curar tudo. Ainda que ela não mamasse mais em livre demanda, apenas para dormir. Eu queria outras rotinas com ela, queria ler uma história antes de dormir, queria e quero ela dormindo na cama dela, quero poder sair a noite com meu marido e deixa-la com alguém sem correr desesperada porque 21:30h ela dorme e vira um gremilin. Teve também outros fatores como viagens a trabalho mas o fator principal foi: 2 anos se passaram, hora de recuperar um pouco de mim. Hora de ter o meu corpo de volta. E assim foi.

                                                            A primeira mamada

Pra lidar com esse processo eu fiz o desmame durante o dia primeiro. Cortei a livre demanda e o peito passou a ser apenas pra dormir. A Sara tinha 1A9M, quando nossa saga começou. Você consegue ler as dicas >>> aqui <<< . Não tirei o peito de um dia pro outro, foi um processo e foi diminuindo aos poucos. O ano virou, na primeira semana de janeiro eu tentei tirar a mamada noturna definitiva. A Sara chorou muuuito e eu fiquei péssima. Eu não estava pronta. Eu não tinha me despedido. E aí, no dia do aniversário dela de 2 anos eu chamei a minha fotógrafa querida e falei: Andrea, vou amamentar a Sara, fotografa pra mim? E foi ali, eu olhando pra ela e ela olhando pra mim, que eu me despedi. Eu sabia que estava chegando o fim nossos dias de mamadas juntas, e ela sabia também. As pessoas vinham e se despediam e eu ali com as tetas de fora. Nem aí pra nada. No mesmo dia o marido viajou a trabalho e eu pensei, será essa semana. Só eu e ela, sem ninguém pra se meter, atrapalhar, reclamar e foi quando tudo começou.
A última mamada registrada pela Andrea Paes

Dia 16/01/2017 conversei com a Sara, falei que ela era uma mocinha agora, que fez 2 anos, que não precisava mais mamar, que o mamá estava muito cansado e aquela seria a última vez. Ela mamou e dormiu. No dia seguinte ela não mamou. Pediu leite e chorou até dormir. Meu peito ficou vermelho e coçando o dia inteiro, eu achei que pudesse ser algum problema, não aguentei e dei o peito de novo. Depois respirei fundo e percebi que se tratava muito mais do psicológico do que algo real na minha mama. Até fiz uma live chorando no instagram. Respirei fundo e comecei de novo. Conversei com Sara que aquele era o último dia e aquilo era realmente necessário.
Chorou, chorou muuuuuito pra dormir. Me mantive firme. Cantei pra dormir, dei leite comum, dei água. Ela se acalmou e dormiu. A noite ela procurava o peito e pra ela não abocanha-lo enquanto eu dormia, coloquei esparadrapo e dizia que o mamá estava muito cansado, dodói. Aí funcionou. Ela sempre olhava e dizia mamá dodói! chorava mas o choro ia diminuindo. E assim foi, assim foi, assim foi... e assim estamos indo.

Confesso, foram noites longas e cansativas mas bem menos do que eu esperava. Foi ruim pra ela aprender a viver sem sugar. São dois anos sugando. E a sucção representa bem mais que valor nutritivo, representa aconchego, carinho e apego. E acho que o medo de perder isso era dos dois lados. Mas aí, em um desses dias ela veio pro meu colo, deu um beijo no peito, fez carinho e dormiu. No meu colo, no meu peito, sem mamar, sem chorar, se aconchegou e dormiu. E meu coração se encheu de amor, nossa relação é muito maior que a amamentação, nossa relação é um encontro de almas que teremos para sempre com ou sem peito. Sempre e pra sempre!

E foi assim, que a historia de amor com o totô acabou, sem dor, sem traumas, tiramos o PEITO com resPEITO. E estamos felizes. Isso que importa, com saudades, mas felizes. Um dia de cada vez!

Beijos, 
Brena Costa
Mãe que acaba de recuperar as tetas

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